PF confirma localização de “remanescentes humanos” de indigenista e jornalista no AM
O superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas, Alexandre Fontes, confirmou na noite desta quarta-feira (15), em uma entrevista à imprensa, que Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”, confessou envolvimento no assassinato do indigenista Bruno e do jornalista inglês Dom Phillips.
Os remanescentes humanos encontrados enterrados no local indicado por Amarildo serão encaminhados para perícia em Brasília. Confirmadas as identificações, serão entregues às respectivas famílias das vítimas.
Além de Amarildo, também está preso um irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, mas, segundo a PF, ele não confessou envolvimento no caso. A participação no crime de uma terceira pessoa, citada por Amarildo, está sendo investigada.
Em relação à motivação do crime, o superintendente da PF disse que as investigações seguem em sigilo e que ainda não é possível apontar o motivo. Sobre a causa da morte, afirmou que tudo indica que foi um disparo de arma de fogo, mas que apenas a perícia poderá dar certeza. Ele não descartou que novas prisões sejam feitas.
Reconstituição
Ainda segundo a PF, Amarildo fez a confissão na noite de terça, quando narrou em detalhes o crime. Durante o dia desta quarta, ele foi levado até onde o local onde enterrou os corpos e afundou a embarcação que era usada pelos dois.
O restos mortais foram achados cerca de 3,1 km de distância de onde itens pessoais do indigenista e do jornalista, como cartão de saúde e notebook, haviam sido encontrados dias atrás.
“Não teríamos condições de chegar ao local de maneira rápida sem a confissão”, afirmou o superintendente.
A Polícia Federal fez uma reconstituição do crime, no local do crime e onde afundou a embarcação de Bruno e Dom. A ação de reconstituição foi autorizada pela Justiça.
O indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, correspondente do jornal The Guardian no Brasil, estão desaparecidos desde 5 de junho, na região do Vale do Javari, no oeste do Amazonas.
De acordo com a coordenação da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Bruno Pereira e Dom Phillips chegaram na sexta-feira (3) no Lago do Jaburu, nas proximidades do rio Ituí, para que o jornalista visitasse o local e fizesse entrevistas com indígenas.
Segundo a Unijava, no domingo (5), os dois deveriam retornar para a cidade de Atalaia do Norte, após parada na comunidade São Rafael, para que o indigenista fizesse uma reunião com uma pessoa da comunidade apelidado de Churrasco. No mesmo dia, uma equipe de busca da Unijava saiu de Atalaia do Norte em busca de Bruno e Dom, mas não os encontrou e eles foram dados como desaparecidos.
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