MACHADINHO: Presidente da Câmara é acusado de articular projeto da Prefeitura que reduziu em 9% o auxílio-doença dos servidores municipais
Durante a sessão desta segunda-feira (13), vereadores de Machadinho do Oeste criticaram a condução do projeto que reduziu em 9% o auxílio-doença dos servidores municipais. O texto, de autoria da Prefeitura, foi aprovado sob o comando do presidente da Câmara, Zé Ferreira, em uma sessão marcada por questionamentos sobre transparência e celeridade.
O vereador Gilmar de Jesus Gomes fez um discurso firme na tribuna, afirmando que foi induzido ao erro ao assinar o Projeto de Lei nº 122/2025, apresentado pelo Executivo. Segundo ele, a proposta foi colocada em pauta por Zé Ferreira sem o debate prévio e sem o devido encaminhamento às comissões temáticas, contrariando o Regimento Interno da Câmara.
“NÃO FOI HONESTO O MODO COMO ESSE PROJETO FOI APRESENTADO NESSA CASA. UM PROJETO DESSA NATUREZA JAMAIS DEVERIA TER SIDO INCLUÍDO SEM DISCUSSÃO PRÉVIA E SEM REUNIÃO COM OS SERVIDORES”, DECLAROU O PARLAMENTAR, RESSALTANDO QUE NÃO COMPACTUA COM MEDIDAS QUE RETIREM DIREITOS DOS TRABALHADORES PÚBLICOS.
Gilmar explicou ainda que assinou o documento acreditando tratar-se de outro projeto, já que vários textos teriam sido agrupados na mesma sessão extraordinária conduzida por Zé Ferreira. “Quando percebi o conteúdo real, já era tarde para retirar minha assinatura”, disse o vereador.
Vereadora cobra presidente por ignorar comissão
A vereadora Ironeite também reforçou as críticas à condução do processo e questionou diretamente o presidente Zé Ferreira sobre o motivo de a Comissão de Saúde e Educação, da qual é presidente, não ter sido convocada para analisar o projeto antes da votação.
Ela afirmou que, desde que assumiu a presidência da comissão, nunca foi chamada para discutir nenhum projeto, e que a situação voltou a ocorrer com o Projeto de Lei nº 122/2025.
“QUERO SABER POR QUE MINHA COMISSÃO NÃO FOI CHAMADA. DESDE QUE ASSUMI, NUNCA FUI CONVOCADA PARA ANALISAR NENHUM PROJETO ANTES DA VOTAÇÃO”, DECLAROU IRONEITE DURANTE A SESSÃO.
Zé Ferreira respondeu de forma breve, dizendo que o processo ocorreu “dentro da legalidade”, mas não explicou o motivo da ausência da comissão nem a rapidez da tramitação do projeto.
Sessão expõe alinhamento e desconforto interno
As manifestações de Gilmar e Ironeite revelaram um clima de divisão dentro do Legislativo municipal, especialmente entre os vereadores independentes e o grupo alinhado à gestão do prefeito Paulo da Remap.
O projeto, de interesse direto do Executivo, teve tramitação acelerada sob a presidência de Zé Ferreira e foi aprovado com apenas seis vereadores presentes, o que levantou suspeitas de articulação política entre a Câmara e a Prefeitura.
Nos bastidores, há a percepção de que a celeridade da votação atendeu ao Executivo, e que Zé Ferreira teria conduzido a sessão de forma a garantir a aprovação rápida do projeto que reduziu o auxílio-doença dos servidores.
O episódio ampliou o clima de tensão entre parlamentares e reforçou a cobrança por mais transparência nas decisões que impactam o funcionalismo público de Machadinho do Oeste.
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