Delator diz que Temer pediu apoio Financeiro ao PMDB em 2014
O ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho confirmou em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na noite desta segunda-feira, que participou de um jantar com o presidente Michel Temer, em 2014, no qual o peemedebista pediu apoio financeiro às campanhas do partido nas eleições daquele ano.
Em sua oitiva, que durou cerca de 40 minutos, o ex-executivo disse que o encontro ocorreu no Palácio do Jaburu, quando Temer concorria à reeleição como vice-presidente na chapa da persista Dilma Rousseff. Além dele e de Temer, participaram o então presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, o ministro Eliseu Padilha, entre outros peemedebistas.
Melo Filho confirmou o conteúdo da delação premiada que fez à Justiça em dezembro do ano passado, no âmbito da Operação Lava-Jato. “Eu participei de um jantar no Jaburu juntamente com Marcelo Odebrecht, Michel Temer e Eliseu Padilha, atual ministro da Casa Civil. Michel Temer solicitou, direta e pessoalmente para Marcelo, apoio financeiro para as campanhas do PMDB em 2014”, afirmou o ex-executivo na delação. Ontem, ao depor, Melo Filho reforçou que Temer usou a expressão “apoio financeiro”e que não foi definido diretamente com ele quanto seria repassado.
Na semana passada, em depoimento ao TSE, Marcelo Odebrecht disse que doou ao PMDB, após o jantar com Temer, R$ 10 milhões. Na oitiva, Marcelo chamou Temer de “um dos caciques do PMDB” e contou que a doação foi feita para atender ao seu “grupo político” e não, necessariamente, à campanha presidencial. Na campanha de 2014, o PMDB recebeu oficialmente R$ 11,3 milhões da Odebrecht e da Braskem, braço petroquímico da construtora.
Assim como o depoimento de Marcelo, as declarações de Melo Filho foram recebidas com alívio pelo Palácio do Planalto. Temer esperava que Melo Filho não avançasse em informações novas sobre o jantar e sobre doações eleitorais ao PMDB, o que se confirmou no depoimento da noite de ontem.
Mais dois ex-executivos da Odebrecht prestaram depoimento ontem no processo do TSE que pede a cassação da chapa de Dilma-Temer. Primeiro, foi a a vez de Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, apontado como o líder do departamento de propina da empreiteira. Em seguida, o relator do caso, ministro Herman Benjamin, ouviu o depoimento de Alexandrino Alencar, ex-diretor da empresa que seria ligado ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Fonte: O Globo
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