Corpo de Jaruense que morreu afogado ao tentar entrar nos EUA chega a RO após 18 dias
Após 18 dias da confirmação da morte, o corpo de Júlio Barcellos, que morreu afogado enquanto tentava uma travessia ilegal para os EUA, chegou ao estado de Rondônia nesta sexta-feira (31). O afogamento ocorreu no Rio Grande, na cidade de Novo Laredo, no México
Conforme a família, o corpo de Júlio, de 35 anos, está no Instituto Médico Legal (IML) de Porto Velho para a realização da autópsia e deve chegar durante a noite no distrito de Tarilândia, em Jaru (RO), onde irá ocorrer o velório e sepultamento.
O último contato de Júlio Barcellos coma família aconteceu na noite do dia 25 de fevereiro e, no dia 13 de março, a morte dele foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) após o envio de imagens a família.
O irmão de Júlio, Ananias Barcellos contou que o traslado do corpo só foi possível graças às arrecadações feitas pelos amigos do irmão, que moram nos EUA.
“Como ele morou lá no país por nove anos e por ser uma pessoa bastante querida, conseguiu fazer vários amigos. Nós não tínhamos condições financeiras de trazer o corpo, que no início, o processo custaria cerca de R$ 70 mil, mas conseguimos um desconto e ficou em cerca de R$ 23 mil, que foram arrecadados entre os amigos que ele deixou lá nos EUA, os quais eu agradeço e muito”, relata.
Entretanto, os problemas que pareciam ter encerrado após a confirmação de poder trazer o corpo para que a família prestasse as últimas homenagens e realizasse o enterro, não acabaram devido a alguns imprevistos durante todo o processo da viagem com o corpo até a chegada em Porto Velho, por volta das 1h desta sexta-feira.
“O corpo dele estava em uma funerária na cidade de Monterrey, no México, e por irresponsabilidade da empresa colocaram em um caixão normal para o voo que pousou no Rio de Janeiro. No momento que o caixão seria embarcado no voo para Rondônia, a empresa aérea percebeu que o caixão estava vazando e suspendeu o embarque até que efetuasse a troca para um caixão zincado”, explicou Ananias.
Ananias revelou que o corpo do irmão ficou no Rio de Janeiro por dois dias até que a família conseguisse comprar o caixão apropriado. A Polícia Federal (PF) encaminhou o corpo até o IML de Porto Velho, mas ao chegar no local os médicos legistas detectaram um novo problema.
“A empresa aérea entrou em contato conosco e disse que teríamos que efetuar a troca da urna para dar continuidade na viagem, e então tivemos que comprar uma urna zincada, que custou R$ 3,4 mil. Porém, quando chegou em Porto Velho, eles perceberam que o caixão estava lacrado e tiveram que solicitar um serralheiro para realizar a abertura da urna, e depois fazer o exame de autópsia”, revelou.
Segundo Ananias Barcellos, o corpo do irmão deve chegar ao distrito de Tarilândia por volta das 21h desta sexta-feira. O velório irá acontecer na residência dos pais de Júlio Barcellos e o sepultamento acontecerá na manhã do sábado (1°).
IML
O diretor do instituto médico legal (IML) de Porto Velho, Genival Queiroga Júnior, afirmou que o laudo com a causa da morte deve ser liberada apenas para a família.
“No dia 24 de março, nós recebemos o ofício da Polícia Federal (PF) de Ji-Paraná, dizendo que esse cadáver seria encaminhado para a gente. Ele chegou hoje as 2h da manhã. Recebemos ele em uma urna zincada, porque ela é lacrada com zinco, pois é lei internacional. Vamos abrir a urna funerária, que é o que nós estamos fazendo, fotografando tudo, fazer o exame externo, e liberar para a família”, afirma.
O diretor também acredita que já houve um trabalho de perícia no México.
“Com certeza lá no México foi feito perícia porque tem a declaração de óbito traduzida, tem o translado legal para fazer, porque tudo isso é lei internacional. Uma vez embalsamado o corpo, as perícias ficam todas prejudicadas, porque se tira tudo que tem dentro do cadáver e coloca formol. Não tem muito o que se fazer, mas como há uma determinação da Polícia Federal (PF), nós temos que cumprir ”, ressalta.
Caso
Júlio Barcellos morreu afogado enquanto tentava uma travessia ilegal para os EUA pelas águas do Rio Grande, na cidade de Novo Laredo, no México. Segundo familiares, ele estava sem mandar notícias para casa desde o dia 25 de fevereiro e a confirmação da morte foi feita no dia 13 de março pelo Itamaraty.
O irmão de Júlio relatou ao que o último contato com irmão foi realizado na noite do dia 25 de fevereiro, quando ele se preparava para iniciar a travessia da fronteira.
“Foi tudo muito rápido a nossa conversa, mas ele demonstrava confiança e disse que estava passando por Monterrey e que iria desligar o telefone para em seguida poder iniciar a tentativa de atravessar o rio”, comentou.
Ananias recebeu a ligação do Itamaraty com a informação de que havia um corpo de um homem não identificado em uma funerária na cidade de Monterrey, a confirmação de que o corpo se tratava do irmão aconteceu após uma troca de imagens.
O Itamaraty ainda informou que o corpo de Júlio não apresentava nenhuma marca de agressão ou perfurações e que provavelmente a causa da morte seria um afogamento, ocorrido durante a travessia do rio.
Através de: Anoticiagora
Fonte: G1 Ro
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