Acusado de matar mulher e tentar esquartejá-la vai a júri popular emRO
O auxiliar de produção de frigorífico, Luan Wudarski do Nascimento, de 24 anos, vai ser julgado pelo Tribunal do Júri, em Vilhena (RO), na região do Cone Sul. A sentença de pronúncia foi emitida na segunda-feira (25). Luan é acusado de matar a ex-mulher, Anna Karolyne dos Santos, de 19 anos, e tentar esquartejar o corpo dela. O crime foi registrado em julho do ano passado, em Chupinguaia (RO).
De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP-RO), Luan e Anna tinham se separado há poucos dias. No dia do crime, ele foi até a residência de Anna e cometeu o assassinato, asfixiando-a e realizando cortes de faca em diferentes regiões do corpo da mulher.
Ainda conforme a denúncia, o crime foi motivado pelo fato de o acusado não concordar com a separação e também pelo posicionamento da vítima, que pretendia reivindicar a guarda da filha do casal. Inclusive, segundo o MP-RO, o homicídio teria sido praticado na frente da menina, de dois anos de idade.
Durante a instrução processual, oito testemunhas foram ouvidas e o réu interrogado. Luan admitiu que ele e a vítima tinham se separado há poucos dias e que, na noite dos fatos, estava embriagado quando foi à casa dela.
No local, Luan alega que ambos iniciaram uma discussão por causa da guarda da filha. Durante a briga, Luan afirma que Anna se apossou de uma faca e partiu na direção dele. Depois disso, eles teriam entrado em luta corporal e, quando Luan se deu conta, a mulher caiu e não se mexeu mais.
Luan ainda disse que ficou desesperado, pegou a filha e levou para a casa dos pais. Com isso, a defesa de Luan alegou ao Judiciário que o acusado não teve intenção de matar a ex-mulher.
Na avaliação, a juíza Liliane Pegoraro Bilharva não acolheu a tese de legítima defesa, haja vista que o laudo de exame tanatoscópico aponta que a morte da vítima “decorreu de asfixia mecânica por estrangulamento e perfuração da veia jugular interna direita por instrumento cortante”.
Além disso, entre os testemunhos prestados ao Judiciário, a mãe e o padrasto da vítima afirmaram que já tinha havido outro episódio de violência por parte de Luan contra Anna. Eles ainda ressaltaram que Luan tinha muito ciúme de Anna.
Dessa forma, a juíza acolheu a denúncia do MP-RO e Luan vai a júri popular por homicídio, com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.
O advogado Marco Aurélio Rodrigues Mancuso informou que a defesa ainda avalia sobre a possibilidade de recurso. O julgamento ainda não tem data prevista para acontecer.
Prisão
O acusado se entregou à polícia no município de Alto Garças (MT), em setembro do ano passado, após a Polícia Civil divulgar a fotografia dele. O Judiciário havia decretado a prisão preventiva, mas Luan não tinha sido encontrado na região.
Na ocasião, Luan foi encaminhado para a Cadeia Pública de Alto Garças, mas a 1ª Vara Criminal de Vilhena pediu a transferência do preso para a cidade. Contudo, a defesa alegou que o cliente corria riscos à integridade física, caso retornasse para Rondônia.
Com isso, a 1ª Vara Criminal pediu ao Judiciário do MT que mantivesse Luan recolhido em Alto Garças, onde ele aguarda julgamento.
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